Fungos e Preservação da Floresta Amazônica

Fungos e Preservação da Floresta Amazônica

Ao adentrar a Floresta Amazônica, deparamos com uma beleza única, uma floresta rica cheia de vida, de estrutura de sub-bosque à árvores imensas, animais com cores e tamanhos dos mais variáveis que se possa imaginar, onde é possível avistar um inseto com milímetros até a maior cobra do mundo.

Gleycon Silva e Tatiana de Oliveira Ramos

Manaus, 03 de Outubro de 2022.

2 Minutos.

Uma beleza tão única que em sua vasta imensidão de aproximadamente 6.700.000 km² e distribuída em nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela e Suriname mais o território da Guiana Francesa, em cada local e região a Floresta Amazônica não repete padrões, cada localidade tem sua peculiaridade!

Um dos fatores que tornam essa floresta tão maravilhosa e única está interligado a sua formação geológica e também pelo fato de ser uma região com muita diversidade de espécies de plantas e animais. Essas espécies evoluíram, se adaptaram e se especializaram ao longo do tempo a cada tipo de solo e condições adversas que esta floresta quente e úmida proporciona. Devido a isso, nota-se a peculiaridade de cada localidade, afinal, quando pensamos em Floresta Amazônica, jamais podemos pensar que ela é igual em todos os territórios de ocorrência, essa floresta é muito especial.

Nesta floresta de biodiversidade inigualável, existe um outro mundo ainda pouco conhecido chamado de Reino Fungi, formado por seres vivos que gostam de lugares úmidos e rico em matéria orgânica. Esses seres vivos são os fungos, conhecidos popularmente como mofos, bolores, cogumelos ou leveduras.

A floresta Amazônica é um dos lugares que mais abriga espécies de fungos no planeta Terra, uma diversidade imensa e linda que não se encontra nada comparado com outros locais do planeta. Sabe-se que os fungos são essenciais na manutenção da vida da floresta, pois realizam a decomposição das substâncias mortas presentes no solo, como restos de troncos, galhos, folhas, animais e suas excreções.

Fungos e Preservação da Floresta Amazônica
Fantásticos, poderosos e belos. Os incríveis fungos na Amazônia.

Uma árvore em condições naturais com ações de fungos levaria em torno 5 a 10 anos para se decompor. Se retirássemos os fungos do sistema, essa mesma árvore poderia levar séculos e dependendo da espécie da árvore, o tempo seria indeterminado para que ocorresse o processo de decomposição.

Diante isso, podemos refletir o quanto esses seres fantásticos e muitas vezes negligenciados, são fundamentais para a manutenção da floresta e da vida, afinal, citamos apenas um exemplo da sua funcionalidade no sistema.

Pois, através dessa decomposição o solo consegue absorver por completo os nutrientes da árvore que morreu, as plantas que ainda permanecem vivas absorvem esses nutrientes e produzem folhas, flores e frutos que vão servir de alimento para fauna, e assim o ciclo segue seu rumo…

O resultado da decomposição é a liberação de elementos químicos que são essenciais para a manutenção e estabilidade das plantas. A Floresta Amazônica é o lar de diferentes tipos de fungos, que são vizinhos das árvores e as beneficiam proporcionando crescimento sadio, longa vida e saúde através da transferência de substância.

O desmatamento da floresta, seja para retirada de madeira, extração de minérios, e introdução de lavouras e pastagens destrói a capacidade dos fungos em decompor os materiais e disponibilizar nutrientes. Por isso, preservar a Floresta Amazônica beneficia também os fungos, que são seres vivos imprescindíveis para o funcionamento dos ambientes terrestres. Os fungos avistados na Floresta Amazônica apresentam diferentes cores, formas e habitam variados locais na floresta. Essas características atraem olhares, e desperta o interesse em conhecer mais sobre os fungos.

Por tanto, falar sobre fungos e gerar discussões sobre esse tema, vai muito além de pensarmos neles como algo bonito e gostoso em alguns pratos culinários. Precisamos compreender que os fungos são essenciais para a manutenção e saúde de nossas florestas!

Gleycon Silva – Gestor Ambiental – Doutorando em Ecologia – INPA

Tatiana de Oliveira Ramos – Bióloga – Doutora em Entomologia Agrícola pela UNESP

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