A Amazônia é um local único e exuberante, se destaca por possuir a maior floresta tropical úmida do mundo, a qual abrange uma complexidade ambiental composta por florestas densas, áreas alagadas e áreas de Campinarana (vegetação semelhante a uma savana com solo mais arenoso e árvores de menor porte).
Ms Gleycon Silva
Dra. Tatiana de Oliveira Ramos
Manaus – AM, 20 de Junho de 2022.
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Estas são características que proporcionam à Amazônia a maior diversidade de animais e plantas do planeta, com tamanhos, formas e cores das mais variadas que se possa imaginar. Destacamos os anfíbios e os répteis, extremamente importantes para o equilíbrio sustentável da biodiversidade deste importante Bioma.
As regiões abrangidas pela Amazônia possuem um alto grau de endemismo e áreas de hotspots de biodiversidade, ou seja, apesar de possuírem grande riqueza natural, as espécies correm riscos de extinção ou as áreas encontram-se em processo de degradação. Trata-se, portanto, de locais do planeta onde a conservação tem de ser prioritária e urgente.
A herpetologia é o ramo da ciência que se dedica ao estudo dos répteis e anfíbios, os quais dependem de fontes externas de calor para efetuarem a regulação interna de seus corpos, além de diversificadas estratégias para se reproduzirem. O Brasil apresenta a maior riqueza de espécies de toda a América Central e do Sul, e uma das maiores do planeta com aproximadamente 13% do biota mundial.
O país contém cerca de 47 mil espécies de plantas e 117 mil espécies de animais. Em relação aos anfíbios e répteis, o Brasil possui umas das maiores riquezas de espécies endêmicas, estimando-se aproximadamente 1136 espécies de anfíbios e 795 espécies de répteis.
A herpetofauna é uma nomenclatura geral que engloba anfíbios das Ordens Anura (sapos, rãs e pererecas), Caudata (salamandras e tritões), Gymnophiona (cecílias e cobras-cegas). Os répteis são representados pelas Ordens Squamata (lagartos, serpentes e anfisbenídeos), Quelônia (tartarugas, cágados e jabutis) e Crocodylia (crocodilos, jacarés e gaviais).
Na Amazônia brasileira a herpetofauna apresenta o registro aproximado de 355 espécies de anfíbios e 378 espécies de répteis. Devido sua alta dependência de locais úmidos endêmicos, os anfíbios sofrem com qualquer alteração ambiental, e devido isso, são animais com status de indicadores de qualidade ambiental. Semelhante aos anfíbios, os répteis também são indicadores importantes sobre a qualidade ambiental onde ocorrem.
Dos anfíbios, os anuros são bastante utilizados em pesquisas científicas ecológicas por serem parâmetros para avaliar a qualidade do ambiente. Os anuros apresentam uma sensibilidade significativa a qualquer tipo de alteração, em que ações antrópicas atuam como principal causa da degradação de seus habitats. As principais ações que colocam esses anfíbios em risco são os garimpos ilegais, a remoção de árvores e a introdução de pastagem, além da má qualidade do ar em ambientes urbanos e a poluição das águas, recursos vitais para o desenvolvimento desses animais.
Estes fatores da ilegalidade os colocam em risco e em ameaça de extinção, e precisa-se levar em consideração que eles são fundamentais para o controle biológico de pragas, como os insetos urbanos e os que causam danos em lavouras agrícolas. Eles são importantes no controle de insetos que transmitem diversas doenças como malária, febre amarela e a dengue.
Os répteis também possuem papel importante para o equilíbrio ambiental onde ocorrem, são predadores naturais de pequenos roedores que podem transmitir doenças, e invertebrados como aranhas e escorpiões que podem ocasionar acidentes ao entrarem contato os seres humanos. Eles são essenciais para manter o controle populacional desses animais e para o equilíbrio ambiental.
Algumas pesquisas científicas apontam a eficiência da toxina do veneno de serpentes para a produção de medicamentos para o tratamento de hipertensos e cardíacos, como o medicamento Captopril, o qual a fabricação da cola cirúrgica é possível através do veneno da cascavel e da jararaca.
Frente a importância da diversidade biológica da Amazônia, faz-se necessário não apenas conhecer esses animais, mas manter uma relação com a natureza que gere mudanças positivas de preservação e conservação dos répteis e anfíbios. Pois, o conhecimento da importância do equilíbrio da biodiversidade da floresta Amazônica, nos permite tomar decisões responsáveis em relação a esse Bioma.
Não podemos omitir a atual situação vivenciada pela região Amazônica, por isso, nossa principal tarefa é divulgar a importância desses animais e o nosso maior desafio é cuidar da maior floresta tropical do mundo.
Alguns exemplares
Gleycon Silva – Gestor Ambiental – Doutorando em Ecologia – INPA
Tatiana de Oliveira Ramos – Bióloga – Doutora em Entomologia Agrícola – UNESP
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