A Produção Científica no Brasil

A Produção Científica no Brasil

Redação

São Paulo, 21 de Setembro de 2024
3 Minutos.

De acordo com um gráfico exibido no portal Linkedin, dentre vários países listados, brasileiros são o povo que mais sai em busca de emprego nos EUA do mundo. A pergunta é: o que estas pessoas vão fazer lá? Se são jovens cientistas com status de Doutor ou PhD ou mestrado terão as mesmas oportunidades que os nativos formados nas melhores escolas do mundo, com acesso à tecnologia de ponta e todas as vantagens da língua e da cultura ianque? O gráfico não aponta tais dados. Portanto, talvez seja necessário fazer uma estudo mais preciso sobre este tema, especificamente.

Se, sim, somente se forem ricos e não precisarem de recursos financeiros, ou seja, puderem ser sustentados por anos a fio pelo dinheiro da família. Portanto, cursarem uma extensão, de língua, acharem local de moradia e emprego, em laboratórios de grandes universidades. Contudo, não parece, então, ser nada diferente do que a grande ‘burguesia nacional’ sempre fez e continua fazendo há séculos. Para ricos Ciências, para pobres Religião. É uma questão social.

A Produção Científica no Brasil
Um gráfico sobre cientistas brasileiros no exterior seria melhor aqui.
(Img LkdIn)

Sabe-se que o Linkedin tem objetivos comerciais e modos de atuação que diferem, mas não muito, das grandes agências de emprego e recrutamento daqui e dos EUA, onde tem a sua sede. De fato ele é uma agência digital de recrutamento, e aproveita o fato para conectar e “educar” interessados em procurar empregos.

Miguel Nicolelis é um dos grandes cientistas vivos que o Brasil produziu nos últimos anos. Tem sua sede de trabalho e estudos baseados em laboratórios de universidades internacionais há mais de 20 anos, principalmente na Duke University nos EUA.

Lá ele lidera a equipe de pesquisadores, e é autoridade reconhecida em questões de medicina, neurociência e neurotecnologia voltadas para a criação e desenvolvimento de técnicas medicinais avançadas ligadas à robótica, com vistas a restauração do movimento humano. Alguns de seus livros podem ser encontrados aqui.

Suas afirmações de que a produção científica no Brasil é de baixa qualidade deve ter motivos e bases analíticas, no mínimo razoáveis. E podem estar embasadas sobre o que vê chegar nos EUA de estudantes brasileiros. Poder comparar desempenhos com egressos de outros países, além de estudos e análises críticas aos governos e à ciência produzida no Brasil. Quantos estão em sua equipe e de onde são?

Ele também não é o único crítico que dá voz a esta situação vexaminosa. O mesmo se pode ler nesta matéria da edição de 23 de maio de 2024 na Ciência&Você na qual cientistas, profissionais e autoridades governamentais debatem a questão da Ciência no Brasil (outra matéria pode ser lida também aqui).

Os percalços burocráticos e a ingerência, às vezes equivocadas, embora, em tese, ‘bem intencionada’, gera atraso e seguramente, desestimula o avanço da mesma, junto com a inovação ou desenvolvimento de ponta. São obstáculos a serem transpostos se o país verdadeira e definitivamente quiser alcançar um patamar de dignidade e sair da condição colonial extrativista e comercial de commodities.

Clique aqui para assistir o vídeo de Miguel Nicolelis e sua crítica sobre a produção cientifica nacional.

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